sexta-feira, abril 23, 2010

Deus Nos Livre Dos Ais!

Foi um dia assim

Como um outro qualquer
Que me dei conta do estrago feito
Aquele sol estava mais quente
Ou o ar ao redor ficou de tirar fôlego?
As plantas estavam com suas folhas secas
O chão não dava mais umidade
E os animais choravam por água
Quem passasse ficaria triste ao ver
Este retrato em preto e branco
Num lugar onde outrora era verde e vivo
O sertão vai virar mar
Assim dizia a canção
Será que o Mar fugiu daqui?
Esta água pode ser bebida?
E esta fruta é de boa qualidade?
Cadê a comida do prato alheio?
Onde, Meu Deus está o dinheiro para comprar mais?
A pobreza chegou a um patamar
Que não dá mais
Para aguentar
O Pai chora
A mãe seu peito secou
Onde nossos filhos comerão?
O que comerão?
Livrai-nos do mau ....
Amém!


Sub - Metralhadora ( Da Série Sub - Mundo )

Margarida na varanda
Joaquin no quintal
- Crianças cuidado com o varal?!!!
- A bola vai ser furada!!!
- Já avisei molecada!
- O que foi isso!
- Meu Deus!!!!!
Rotinas e rotinas
Criançás felizes
Traquinas
Bola de meia na esquina
Pega - pega
De mentira
De Pegar Ladrão
De chutar o balde
De Taco
Garrafão
Mas lá do alto
Estampidos
Tiros repetitivos
Sons de Maquinação
Alvos errados
Peitos dilacerados
Meninos Mortos no chão
Margarida na janela
Joaquin rosto na mão
Mães na Lage choram
Nos morros choram Jõoes
A chuva mais uma vez vem
Balas perdidas nos corações
No peito
Orações
Repetição
Re petir ação!!!!
Meu Brasil chora
Por sons nos morros
Nas vielas
Nas velas postas nos chão!!!!!

Sub- Marino ( Série Sub-Mundo!)



Às vezes navegando
Me vejo num abismo Profundo
É tanta dor 
Tanto ódio gratuito
Há homens mortos nas esquinas
Bêbados largados por suas famílias
Choram as álmas do tais
Ficam a espera do milagre
Do pão que chega tarde
Da sopa morna nos carros da Ong da Paz
Estes que merecem cuidados
Estes que foram negados
Se negaram também a viver com dignidade
Estavam lá para por causa de nós?
Ou por causa deles mesmos?
Saber isso não sei
Mas quem vai tirá-los de lá?
Você ?
Eu ?
Mergulhei ao fundo e vi
Que lá no mais profundo da mente humana
Somos egoístas
Mesquinhos
O pão vai para o lixo
E não damos para ninguém
Lixo jogado que alimenta
Comprado à beça
Para virar lixo remexido
Buscado
Lambido
Nas ruas da cidade
Onde eu passo e você também
Seus olhos ficam marejados?
Os Meus também....
Vamos sair desta profundidade
Vamos para a superfície
E ajudar?
Já cheguei aqui...
Quem vai me ajudar?!!!!