quarta-feira, março 22, 2006

Um Louco Visionário.

Antes da virada do século, um homem, preocupado com os seus familiares e amigos, julgou que o mundo acabaria, de tanto ouvir falar no Apocalípse e nos seus Algozes, preparou uma barca e a fez de um material que, segundo ele, resistiria a tudo e todos. O material da construção foi roubado, pois ele não tinha condições de si mesmo para fazer. Tão logo apresentou serviço e começou a fazer sua barcaça, as pessoas que passassem à frente de sua casa, ouvindo as marteladas e parafusadas, o que os deixava curiosos, íam logo procurar sua esposa, que a contrafeito nada queria dizer.
Pobre homem visionário, que nem a sua esposa conseguiu convencer...
E o trabalho árduo o sufocava, o deixava cansado, a tal ponto de preocupado em fazer seus trabalhos, não mais dava atenção à folha do calendário. E os dias foram passando, passando...
Tão logo acabou a Barca, sua família estava aos seus pés, esperando para lhe contar que...
Seu filho mais velho havia se casado e já era pai;
Sua filha, a menor, havia contraído um grande mal e agora já restabelecida dava novas esperanças à sua mãe, de que estava com planos para uma nova faculdade;
Que vários dos seus amigos tinham se mudado, fruto da perda do trabalho ou da subida das ações na Bolsa de Valores;
Que o seu cachorro Pet, havia sido atropelado e que não aguentando, teve de ser sacrificado, com um tiro certeiro no peito;
E que, segundo o calendário, já havia se passado 15 anos que ele, o nosso homem tema, estava preso a uma história louca e que agora dava sinal de vida, ouvindo e vendo seus familiares, deixando claro que saiu de um Delírio e agora foi devolvido são e salvo à sua família.

Traquinagens Poéticas


Parece ser mais uma tempestade que chega, os ventos são tão fortes.
Empurram todas as folhas ao chão e o outono se faz presente, em pleno verão.
Quando vemos tais sinais e olhamos para a janela
Esperamos ver também o dia se despedir
A escuridão que tardava chega apressada
E a noite escurece tudo à sua volta.
As nuvens carregadas avisam sem piedade: vai chover na terra seca
Os frutos e flores parecem se alegrar, mas que nada, estão preocupados com o vento.
Pensam que ele pode retirá-los do tronco e as sementes futuras iriam sucumbir
Não podendo existir se caírem antes de madurar
Pobres criaturas somos
O vento é só o ar em movimento e nada quer destruir
Quer apenas passar batido
Ir de um lugar para o outro
Seguir o seu caminho
Mas ele sabe que há fracos de espírito que não entendem sua função
O sopro do Divino perpassa todo o cosmo
Refaz o caos nosso de cada dia, mas trás em seu bojo esperanças
Quem já não sentiu uma leve brisa e não pensou na vida
E queria ser levado no vento para uma estância melhor e mais rica?
Este personagem divino recomenda o silêncio nas suas asas
Só não gosta do seu primo Furacão, primo irmão da Tempestade, companheiro da Tormenta
Estes sim são culpados
Atrasam meio mundo, quebram amizades, destrói corações
E fazem perder o brilho, olhos de meninas e meninos
Que perdendo os seus pais choram e se emudecem não sorrindo mais
Quer saber qual o meu destino?
Me convide a navegar tranqüilo, no velame esquecido do iate de meu pai
Lá eu sou menino traquino, solto pipa e sou reizinho
Companheiro e amigo
Do vento e do temporal.