quarta-feira, março 22, 2006

Traquinagens Poéticas


Parece ser mais uma tempestade que chega, os ventos são tão fortes.
Empurram todas as folhas ao chão e o outono se faz presente, em pleno verão.
Quando vemos tais sinais e olhamos para a janela
Esperamos ver também o dia se despedir
A escuridão que tardava chega apressada
E a noite escurece tudo à sua volta.
As nuvens carregadas avisam sem piedade: vai chover na terra seca
Os frutos e flores parecem se alegrar, mas que nada, estão preocupados com o vento.
Pensam que ele pode retirá-los do tronco e as sementes futuras iriam sucumbir
Não podendo existir se caírem antes de madurar
Pobres criaturas somos
O vento é só o ar em movimento e nada quer destruir
Quer apenas passar batido
Ir de um lugar para o outro
Seguir o seu caminho
Mas ele sabe que há fracos de espírito que não entendem sua função
O sopro do Divino perpassa todo o cosmo
Refaz o caos nosso de cada dia, mas trás em seu bojo esperanças
Quem já não sentiu uma leve brisa e não pensou na vida
E queria ser levado no vento para uma estância melhor e mais rica?
Este personagem divino recomenda o silêncio nas suas asas
Só não gosta do seu primo Furacão, primo irmão da Tempestade, companheiro da Tormenta
Estes sim são culpados
Atrasam meio mundo, quebram amizades, destrói corações
E fazem perder o brilho, olhos de meninas e meninos
Que perdendo os seus pais choram e se emudecem não sorrindo mais
Quer saber qual o meu destino?
Me convide a navegar tranqüilo, no velame esquecido do iate de meu pai
Lá eu sou menino traquino, solto pipa e sou reizinho
Companheiro e amigo
Do vento e do temporal.

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